quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O meu desafio é andar sozinho
Esperar no tempo os nossos destinos
Não olhar pra trás, esperar a paz
O que me traz
A ausência do seu olhar

(Maria Gadú, João de Barro)

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

desejo é mar.


Leva e traz desejo vão.
Desejo é mar
Com ondas que vêm em vão.
Quero submergir nessas águas
Para curar meus temores e anseios.
Me deixa mergulhar no ciano e amarelo
Dos teus olhos, meu amor.
Quero me afogar,
Não me deixe respirar.
Quero me perder e viver seu verde mar.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Ele sente falta da casa.

De repente ele acorda e percebe que perdeu um pedaço, poderia ser um pé, braço, pescoço ou perna, mas nada disso faria tanta falta. Olha para o lado e tudo parece grande demais, olha para o teto, para os pés, para as mãos e tudo parece estar no lugar. Olha em volta e é tudo desordem, vida, quarto e armário. Às vezes é mais fácil olhar o lado externo, afinal é tão difícil encarar o interior. Dói, corrói e...

Ele está mutilado, falta algo, alguém ou algo mais. Não se sabe. Ele percebeu que as coisas foram acontecendo aos poucos, e pela manhã tudo era carnaval. Ele saiu nas ruas com seu bloco, seu samba, sua máscara, seu chapéu, mas se assustou com o vazio das vielas, das ruas e bueiros. Resolveu voltar para casa e não encontrou mais nada. Era como se a terra e o samba tivessem engolido tudo.

Ele está perdido, pois a casa era o abrigo, conforto, confiança e segurança. Às vezes o sonho revela aquilo que não entendemos, demora ou não, mas a revelação sempre vem. Ele levanta, se arruma, toma o café da manhã, mas mesmo assim continua sentindo falta do aconchego. Depois de algumas horas ele percebe que não há ninguém por perto. Você também se foi e era isso que...

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

F.P, Sábado 04/09/2010, Planeta e Música.

Tempo, calor, tesão.

Frio, suor, amor e tesão.

Excitação, masturbação e um pouco de antecipação.

Seu corpo, meu corpo, um único corpo.

Voyeurismo, despreocupação, paixão.

Te amo, lembre-se de mim!

Já são cinco horas da manhã e preciso ir embora.

Não vai, fica mais um pouco, quero mais.

Choro, bêbado e suor.

Te quero, vem comigo!

Preciso ir!

Abraço, bêbado, emotivo.

Juras de amor, fidelidade, de uma noite.

Estou no meio da rua.

Você corre para me dar último abraço,

O sinal abriu e não conseguimos nos soltar.

Preciso ir...

Você diz: “Não se esqueça de mim!”

Amor, demasia, choro.

Suas costas, nuca e cabelo.

ônibus, amigos aos gritos e fome.

Motorista, barulho de motor e saudade.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

eter...

Gosto de todos e sou sozinho.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

11/01/2011

Ele está como sempre esteve, existem coisas que nunca mudam, e essa solidão desnecessária é uma delas. Ele está deitado no quarto tentando se entender, e encontrar um motivo para isso tudo. Não parece vazio, esse gosto ácido é dúvida. Reclama da mesma musica que toca toda noite, com o mesmo som, mesma letra... De repente ele olha para o teto e não encontra aquela estrela. Antes existia uma estrela brilhando sobre ele, mas hoje só existe telha. Tudo era mais fácil, se pudesse voltar ao passado e ser feliz novamente. Ele sente falta do que já foi, sente falta do passado, da estrela.
As janelas estão fechadas. Faz frio lá fora, mas a solidão aquece aquele lar de carne e osso. A fome aperta e ele não tem forças. Há vida lá fora, sem graça e vazia. Ele grita em silencio e o choro é abafado, essa é a pior tortura. A televisão está ligada, mas não há nada interessante passando além de um programa de comédia local. O rádio está ligado, no entanto as musicas são tristes. Que conflito sonoro! A casa é o reflexo do dono, seus sons, sua cor, seu vazio. Ele estava meio rádio e televisão, pois ao mesmo tempo em que as pessoas riam na TV, o rádio tocava a tristeza.
Olha, ele trocou a música! Agora ele canta o amor, canta por cantar e sem sentir. Canta sem sentido. Ele enjoou de escrever...

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Onde estará?

Já está quase amanhecendo e você não foi embora. Te ofereci uma bebida, você aceitou, bebemos tentando esquecer algo que insiste em ficar e entranhar em nossa carne, nos nossos ossos, nas nossas almas. As horas passam e você continua comigo, já estou bêbado enquanto você continua sóbrio. SÓ-brio. Preciso dormir, mas você não deixa. Sua musica toca desafinada, seu grito me causa angústia e toca angústia dentro de mim.

Onde estará a Aurora? Onde...