quinta-feira, 31 de março de 2011

Antropofagia do Eu.

essa é a revolução do ser,
revolução que roubou minhas dores,
revolução que traiu meus amores,
revolução que não permite sentimentalismos.
já me acostumei a viver
uma revolução dentro da outra
isso é andar da corda bamba, companheiro.
sou o guerrilheiro clandestino
no meio da minha própria ditadura.
esta é a guerra civil
entre o meu desejo de ter e a razão de ser.
Nijinski, não se preocupa,
eu te faço companhia.
Socorro!
estou em um hospício
e não me deixam dançar...
você foi embora sem avisar,
mas ficarei bem
não se preocupe.
estou lutando por uma causa
e não deixarei esse sentimento pequeno
tomar conta da minha cabeça.
eu te trouxe comigo
porque eu te amava...
estou vivendo em um revolução
que não permite sentimentalismos.

domingo, 27 de março de 2011

fica bem... fica bem...

16, 17, 18...
sempre procurei um amor que nunca existiu, e que talvez nunca existirá.
sempre desejei o amor que estou disposto a dar, sem cobrar, sem forçar.
sempre desejei um amor igual ao que mora em mim, mas nunca encontrei nada igual.

quinta-feira, 24 de março de 2011

megalomania necessária.

Às vezes necessito de um pouco mais, não se culpe, isso é meu. É aquilo que me impede de ser igual, talvez você não entenda, mas procure sentir. Procure encontrar sentimentos escodidos, procure algo que te fira, ou que cure tua ferida, me procure e não me encontre.
Eu vivia no preto e branco, não gostava de ser assim, mas cai na mesmice de ser só. Estar com você foi diferente porque estamos diferentes, não se iluda. Eu sei que a rotina sufocou nosso amor e não me culpe por isso, querido. Cansei de mendigar teu amor como um cão sem dono que implora por companhia, como uma besta sem amor próprio, sou forte em minha fraqueza e isso me faz optar pela liberdade.
Você me ensinou a sugar as cores do mundo e hoje elas moram no meu peito, esse peito maldito que afagou tuas dores, esse peito maldito que escolheu ser a luz do mundo e te deixou na escuridão. Apenas respire e não esqueça de ficar bem. Lembre-se que não somos mais como antes, procure entender que não sou submisso e estou vivendo sem você. Não sou tão frágil, pelo contrário, escondo minha força e cultivo minhas mágoas.
Não sou idiota, só me fazia para você submergir e se afogar no seu próprio egocentrismo. Sinto muito se fui embora e levei tua luz, tuas cores, teus amores. Sinto muito se deixei um vazio sombrio, uma carta e um grito sofrido e abafado. Precisavamos dessa bifurcação porque estavamos perdendo a direção e seguindo na contra mão. Escolhi ser feliz, meu bem. Escolhi ser completo sem precisar de ti. Escolhi viver meu amor próprio. Escolhi viver a solidão.

sábado, 12 de março de 2011

1986

Eu não queria dizer, juro que não queria, mas preciso porque não consigo mais guardar isso comigo. Talvez seja uma forma de libertar esse sentimento reprimido que me fez sofrer durante tanto tempo. Sim, me fez sofrer porque foi simples, porque foi grande, e porque você fez parte dele. Quem vai saber?

Eu sempre senti algo diferente no seu olhar, no seu aperto de mão, no seu abraço, no seu jeito carente e na sua voz. Demorei a perceber porque sou lerdo, mas sempre senti alguma coisa diferente. Era o diferente que me completava, entende? Gostava de te ver sorrir, gostava do seu abraço, gostava do seu sorriso, gostava do seu cheiro, das suas piadas sem graça, gostava de você. Eu sempre ficava sem graça quando estava ao seu lado, isso era tão bonitinho. Eu sabia que era um sentimento foda porque sempre enxerguei uma beleza que ninguém conseguia ver, era uma coisa única e exclusivamente minha.

Não queria perder isso. Poderia ser eterno, mas infelizmente não foi. Eu sonhava com você, pensava em você, perguntava por você, me preocupava e até sentia saudade. Porra, tinha de tudo para ser lindo, mas você não quis. Juro que não te culpei e até tentei te entender. Não quero pedir mais uma vez, na verdade não quero mais porque já foi e hoje não sinto nada. Aquele sentimento poderia ser inabalável. Eu queria ser mais forte, mas sou tão frágil, JR. Tá, eu tento entender até hoje, juro que tento. Já tentei fingir que não me importo, já tentei fingir que não quero mais, tentei até dizer que te odeio, mas eu gosto de você!

Eu entendo seus motivos. Pois é, eu entendo. Quem sabe um dia. Quem sabe... Eu só queria dizer que não correrei atrás desse sentimento porque agora ele é livre, se quiser encontre-o, se quiser devolva-me, ou se quiser construa algo ainda maior, eu deixo. Sabe quando você se sente mais vivo? Então... “Vê se fica bem.”