tag:blogger.com,1999:blog-55707099065661696122024-02-20T00:33:56.755-08:00As confissões de Igor Lacerda.Igor Lacerdahttp://www.blogger.com/profile/04276328191551996693noreply@blogger.comBlogger64125tag:blogger.com,1999:blog-5570709906566169612.post-12593181297347313922012-04-06T21:45:00.001-07:002012-04-06T21:52:58.294-07:00JonasNão ouvi e mudei o assunto. Senti que talvez não conseguiria dar continuidade aquilo, ou talvez não conseguiria acompanhá-lo. Era isso! Não conseguirei acompanhá-lo. Jonas pensou em pedir vinho. Está quente demais e isso não é um encontro, eu disse. E, como sempre, ele resolveu dizer qualquer frase egocêntrica. Não adianta, já conheço essas manias... Ou não. Você voltou a fumar... Não gosto desse cheiro. Não, beleza, ainda não está me incomodando. <br />Meus amigos já se foram, cara. E sua música está tocando... Para com isso, não precisa pedir música nenhuma. Sei que você está feliz, seus olhos dizem isso. Preciso ir. Sério, preciso mesmo. Por favor, não faz essa cara! Precisamos passar em um lugar antes... Por que você está andando na minha frente? Odeio quando você faz isso. Não segura minha mão! Filho da puta, por que você me beijou? Agora grita, diz para todos que você me ama! Por falar nisso... Não me liga quando você estiver bêbado. Não quero ouvir sua declaração porque depois você se arrepende. É sempre a mesma coisa. <br />Aquela é sua ex namorada? Como eu sei? Você me mostrou uma foto que estava na sua carteira no dia em que nos conhecemos. Você sempre é o filho da puta nas relações. Me solta! Já disse que não quero te beijar. Eu disse que vou te ligar amanhã, você lembra? Vou dizer que me arrependi de ter te ligado. Direi que não deveria ter te beijado. E ainda vou dizer que não pretendo voltar a me relacionar com você. Sim, esse foi nosso ultimo encontro. Exatamente! Estou apaixonado por outra pessoa. Cadê seu amor próprio? Para de chorar... Não adianta falar que vai se matar. Para com isso! Você sempre me assusta! Realmente preciso ir. Fica bem, meu bem!<br />Depois disso nós nunca mais nos falamos. Não nos ligamos e nunca mais soube nada sobre ele. Talvez tenha se matado. Hoje pensei em ligar para ele. Pensei que poderíamos almoçar juntos e, talvez, poderíamos até beber vinho. Não, isso não está certo. É melhor deixar ir...Igor Lacerdahttp://www.blogger.com/profile/04276328191551996693noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5570709906566169612.post-65442973383316414612012-03-27T10:23:00.000-07:002012-03-27T10:24:14.149-07:00Jardim de invernoNão tem entrada, não tem saída. O verão acabou há duas semanas, começou o outono e o inverno logo chegará. Criei um lindo jardim, sem entrada, sem saída. Mas o inverno está chegando, sempre chega; as folhas caem e as flores morrem. Desespero é perceber que essa idealização foi se desfazendo aos poucos. De repente o jardim devorou o próprio jardim e, quando percebi, era tarde demais. Não fiz mais nada. Vesti-me de farrapos para igualar-me ao jardim que havia dentro dele. Foi em vão, pois sempre existirá alguém capaz de enxergar a beleza das flores mortas, das folhas secas. Fui convivendo e deixando, aos poucos, de gostar daquela projeção no canto da sala. Era parte de mim, eu sei. Ele também era. Senti falta na primeira semana. Mas precisava decidir o que fazer com as flores. Pensei em trocá-las, mas não suportaria uma nova decepção. Pensei em deixá-las ali, mas ver toda aquela podridão me remetia a minha própria solidão e isso doía. Resolvi criar uma porta. Entrei e tirei todo aquele lixo. Voltei a pensar em novas flores, mas, o mais sensato, é deixar aquele espaço vazio. Espaços vazios e pisos frios dão eco. E, de repente, me sinto assim: espaço vazio e piso frio que ecoa. Tenho uma nova entrada, o espaço está limpo, mas, às vezes, parece que o meu jardim de inverno continua com todas aquelas flores secas. No fundo, mesmo tendo construído uma nova saída, meu jardim de inverno continua sem entrada; continua sem saída.Igor Lacerdahttp://www.blogger.com/profile/04276328191551996693noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5570709906566169612.post-41108569561223538482012-03-20T23:25:00.002-07:002012-03-20T23:29:27.182-07:00<a href="http://3.bp.blogspot.com/-qr9T86CIMFA/T2l1LCs3sXI/AAAAAAAAALM/dS6PtGZmnt8/s1600/Igorsue.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 266px;" src="http://3.bp.blogspot.com/-qr9T86CIMFA/T2l1LCs3sXI/AAAAAAAAALM/dS6PtGZmnt8/s400/Igorsue.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5722233634115006834" /></a>Igor Lacerdahttp://www.blogger.com/profile/04276328191551996693noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5570709906566169612.post-41738917070455092752012-03-20T07:17:00.000-07:002012-03-20T07:20:24.121-07:00<a href="http://2.bp.blogspot.com/-zNY2Ll1XTuE/T2iSE-5w-_I/AAAAAAAAALA/L1ajxqqabUs/s1600/Minhavida.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 266px;" src="http://2.bp.blogspot.com/-zNY2Ll1XTuE/T2iSE-5w-_I/AAAAAAAAALA/L1ajxqqabUs/s400/Minhavida.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5721983940876631026" /></a>Igor Lacerdahttp://www.blogger.com/profile/04276328191551996693noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5570709906566169612.post-5620759322259885152012-03-19T13:30:00.000-07:002012-03-19T13:33:15.824-07:00<a href="http://4.bp.blogspot.com/-EeX3TWKOxdU/T2eX6uqYexI/AAAAAAAAAK0/BHPTI-pkViI/s1600/Minhavida.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 266px;" src="http://4.bp.blogspot.com/-EeX3TWKOxdU/T2eX6uqYexI/AAAAAAAAAK0/BHPTI-pkViI/s400/Minhavida.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5721708886811507474" /></a>Igor Lacerdahttp://www.blogger.com/profile/04276328191551996693noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5570709906566169612.post-37651378397176437112012-02-02T22:42:00.001-08:002012-02-04T20:59:28.438-08:00Aos que sentem fomeAs pessoas sentem fome. As pessoas escondem a fome. As pessoas morrem de fome. Precisamos de vitaminas, minerais e fíbras. Nosso corpo pede, nosso corpo precisa. Quando ingerimos algum alimento com deficiência de vitaminas, por exemplo, continuamos sentindo fome. Falta algo. Continuamos comendo pois ainda sentimos fome. Comemos sem gostar. Comemos apenas para saciar nosso desejo. Ninguém gosta de sentir fome, ninguém nasceu para sentir fome. <br />Se a comida não existisse a fome também não existiria. É culpa dessa maldita necessidade de devorar. Nos ensinaram que sentir fome é ruim, nos ensinaram a procurar nosso próprio alimento; nos ensinaram que não é possível ser feliz com a fome. É essa necessidade que mata aos poucos. <br />Algumas pessoas conseguem conviver com a fome. Algumas pessoas conseguem conviver com a dor da fome. Talvez as pessoas estejam comendo mal e, por isso, elas sentem a necessidade de comer sempre. Estão perdendo o prazer de preparar, esperar, cuidar e devorar. <br />Gosto de falar devorar porque é diferente de comer. As pessoas comem porque precisam saciar um desejo passageiro. Devorar não, devorar é diferente. Quem devora sente fome de verdade. Quem devora, geralmente, esperou muito por aquilo. Antes de devorar a pessoa precisou plantar, esperar, cuidar, preparar e, depois de sentir muita fome, finalmente devorar. Quem sentiu fome a vida inteira devora o que sempre quis e nunca teve. Não tenho/tenha medo de devorar. <br /><br />Me perdi nisso tudo e já está amanhecendo.Igor Lacerdahttp://www.blogger.com/profile/04276328191551996693noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5570709906566169612.post-73151072086118680762011-10-16T11:32:00.001-07:002011-10-16T11:35:03.903-07:00Saimos a noite a procura de amor. Encontramos bêbida, pseudo felicidade e sexo. Embarcamos, chupamos e damos. Procuramos amor onde só há sexo. Encontramos dor, nojo e talvez libido. Sexo casualmente bêbado me traz uma vergonhosa ressaca. Ressaca de medo, raiva, solidão e depressão. <br /><br />É deixar-se possuir <br />Corpo, alma e ser<br />Livre nessa escuridão que conhecemos <br />É deixar-se possuir <br />Por algo que te rasga<br />Corpo, alma e ser<br />Dominado por aquele prazer<br />De pêlos, líquido e desejo<br />De morte, <br />De liberdade <br />Minhas pernas se abrem<br />E são possuídas <br />Por um estranho <br />Que alimenta minhas dores...Igor Lacerdahttp://www.blogger.com/profile/04276328191551996693noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5570709906566169612.post-27288679131727876472011-09-24T13:20:00.000-07:002011-10-16T11:36:06.177-07:00Noite promíscuaPassou rápido,<br />Me olhou <br />E abaixou a cabeça<br />Gestos tímidos <br />Secos, meigos<br />Seu sexo já sei de cor<br />De cor, de cheiro <br />Isso mantem aquele desejo<br />É deixar-se possuir <br />Corpo, alma e ser<br />Livre nessa escuridão que conhecemos <br />É deixar-se possuir <br />Por algo que te rasga<br />Corpo, alma e ser<br />Dominado por aquele prazer<br />De pêlos, líquido e desejo<br />De morte, <br />De liberdade <br />Minhas pernas se abrem<br />E são possuídas <br />Por um estranho <br />Que alimenta dores<br />Seu gemido maldito<br />Rasgou o silêncio da noite <br />Sinto teu corpo<br />Sua alma<br />Sinto você e não quero<br />Sinto você...<br />E não queroIgor Lacerdahttp://www.blogger.com/profile/04276328191551996693noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5570709906566169612.post-66984339686573774752011-08-16T18:08:00.001-07:002011-08-16T18:14:22.274-07:00EuDe repente não há mais ninguém,
<br />não há luz no fim do túnel;
<br />não há nem mesmo um túnel.
<br />eu estou sozinho!
<br />talvez Deus tenha me abandonado também,
<br />não existe mais ninguém para ouvir meus gritos.
<br />eu estou com medo de estar errado,
<br />medo de mim mesmo...
<br />estou com medo do meu próprio medo.
<br />eu estou aflito!
<br />de repente todos se foram,
<br />não há mais ninguém,
<br />não há Deus.
<br />eu tô com medo, cara!
<br />falo sozinho com a esperança de ser ouvido,
<br />falo sozinho esperando que minhas palavras tomem forma de oração,
<br />falo sozinho esperando que deus me ouça
<br />por engano.
<br />falo sozinho...
<br />de repente todos se foram,
<br />estou sozinho
<br />e não há deus!
<br />Igor Lacerdahttp://www.blogger.com/profile/04276328191551996693noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5570709906566169612.post-75263687442404734852011-07-18T12:13:00.000-07:002011-07-18T12:43:25.511-07:00A dama da noite"Como se eu estivesse por fora do movimento da vida. A vida rolando por aí feito roda-gigante, com todo mundo dentro, e eu aqui parada, pateta, sentada no bar. Sem fazer nada, como se tivesse desaprendido a linguagem dos outros. A linguagem que eles usam para se comunicar quando rodam assim e assim por diante nessa roda-gigante. Você tem um passe para a roda-gigante, uma senha, um código, sei lá. Você fala qualquer coisa tipo bá, por exemplo, então o cara deixa você entrar, sentar e rodar junto com os outros. Mas eu fico sempre do lado de fora. Aqui parada, sem saber a palavra certa, sem conseguir adivinhar. Olhando de fora, a cara cheia, louca de vontade de estar lá, rodando junto com eles nessa roda idiota - tá me entendendo, garotão?<br /><br />Nada, você não entende nada. Dama da noite. todos me chamam e nem sabem que durmo o dia inteiro. Não suporto: luz, também nunca tenho nada pra fazer - o quê? Umas rendas aí. É, macetes. Não dou detalhe, adianta insistir. Mutreta, trambique, muamba. Já falei: não adianta insistir, boy . Aprendi que, se eu der detalhe, você vai sacar que tenho grana e se eu tenho grana você vai querer foder comigo só porque eu tenho grana. E acontece que eu ainda sou babaca, pateta e ridícula o suficiente para estar procurando O verdadeiro amor. Pára de rir, senão te jogo já este copo na cara. Pago o copo, a bebida. Pago o estrago e até o bar, se ficar a fim de quebrar tudo. Se eu tô tesuda e você anda duro e eu precisar de cacete, compro o teu, pago o teu. Quanto custa? Me diz que eu pago. Pago bebida, comida, dormida. E pago foda também, se for preciso.<br /><br />Pego, claro que eu pego. Pego sim, pego depois. É grande? Gosto de grande, bem grosso. Agora não. Agora quercì falar na roda. Essa roda, você não vê, garotão? Está por aí. rodando aqui mesmo. Olha em volta, cara. Bem do teu lado. Naquela mina ali, de preto, a de cabelo arrepiadinho. Tá bom, eu sei: pelo menos dois terços do bar veste preto e tem cabelo arrepiadinho, inclusive nós. Sabe que, se há uns dei anos eu pensasse em mim agora aqui sentada com você, eu não ia acreditar? Preto absorve vibração negativa, eu pensava. O contrário de branco, branco reflete. Mas acho que essa moçada tá mais a fim mesmo é de absorver, chupar até o fundo do mal - hein? Depois, até posso. Tem problema, não. Mas não é disso que estou falando agora, meu bem.<br /><br />Você não gosta? Ah, não me diga, garotinho. Mas se eu pago a bebida, eu digo o que eu quiser, entendeu? Eu digo meu-bem assim desse jeito, do jeito que eu bem entender. Digo e repito: meu-bem-meu-bem-meu-bem. Pego no seu queixo a hora que eu quiser também, enquanto digo e repito e redigo meu-bem-meu-bem. Queixo furadinho, hein? Já observei que homem de queixo furadinho gosta mesmo é de dar o rabo. Você já deu o seu? Pelo amor de Deus, não me venha com aquela história tipo sabe, uma noite, na casa de um pessoal em Boiçucanga, tive que dormir na mesma cama com um carinha que.<br /><br />Todo machinho da sua idade tem loucura por dar o rabo, meu bem. Ascendente Câncer, eu sei: cara de lua, bunda gordinha e cu aceso. Não é vergonha nenhuma: tá nos astros, boy. Ou então é veado mesmo, e tudo bem.<br /> Levanta não, te pago outra vodca, quer? Só pra deixar eu falar mais na roda. Você é muito garoto, não entende dessas coisas. Deixa a vida te lavrar a cara, antes, então a gente. Bicho, esquisito: eu ia dizer alma, sabia? Quer que eu diga? Tá bom, se você faz tanta questão, posso dizer. Será que ainda consigo, como é que era mesmo? Assim: deixa a vida te lavrar a alma, antes, então a gente conversa. Deixa você passar dos trinta, trinta e cinco, ir chegando nos quarenta e não casar e nem ter esses monstros que eles chamam de filhos, casa própria nem porra nenhuma. Acordar no meio da tarde, de ressaca, olhar sua cara arrebentada no espelho. Sozinho em casa, sozinho na cidade, sozinho no mundo. Vai doer tanto, menino. Ai como eu queria tanto agora ter uma alma portuguesa para te aconchegar ao meu seio e te poupar essas futuras dores dilaceradas. Como queria tanto saber poder te avisar: vai pelo caminho da esquerda, boy, que pelo da direita tem lobo mau e solidão medonha.<br /><br />A roda? Não sei se é você que escolhe, não. Olha bem pra mim - tenho cara de quem escolheu alguma coisa na vida? Quando dei por mim, todo mundo já tinha decorado a tal palavrinha-chave e tava a mil, seu lugarzinho seguro, rodando na roda. Menos eu, menos eu. Quem roda na roda fica contente. Quem não roda se fode. Que nem eu, você acha que eu pareço muito fodida? Um pouco eu sei que sim, mas fala a verdade: muito? Falso, eu tenho uns amigos, sim. Fodidos que nem eu. Prefiro não andar com eles, me fazem mal. Gente da minha idade, mesmo tipo de. Ia dizer problema, puro hábito: não tem problema. Você sabe, um saco. Que nem espelho: eu olho pra cara fodida deles e tá lá escrita escarrada a minha própria cara fodida também, igualzinha à cara deles. Alguns rodam na roda, mas rodam fodidamente. Não rodam que nem você. Você é tão inocente, tão idiotinha com essa camisinha Mr. Wonderful. Inocente porque nem sabe que é inocente. Nem eles, meus amigos fodidos, sabem que não são mais. Tem umas coisas que a gente vai deixando, vai deixando, vai deixando de ser e nem percebe. Quando viu, babau, já não é mais. Mocidade é isso aí, sabia? Sabe nada: você roda na roda também, quer uma prova? Todo esse pessoal da preto e cabelo arrepiadinho sorri pra você porque você é igual a eles. Se pintar uma festa, te dão um toque, mesmo sem te conhecer. Isso é rodar na roda, meu bem.<br /><br />Pra mim, não. Nenhum sorriso. Cumplicidade zero. Eu não sou igual a eles, eles sabem disso. Dama da noite, eles falam, eu sei. Quando não falam coisa mais escrota, porque dama da noite é até bonito, eu acho. Aquela flor de cheiro enjoativo que só cheira de noite, sabe qual? Sabe porra: você nasceu dentro de um apartamento, vendo tevê.<br /><br />Não sabe nada. fora essas coisas de vídeo, performance, high-tech, punk, dark. computador, heavy-metal e o caralho. Sabia que eu até vezenquando tenho mais pena de você e desses arrepiadinhos de preto do que de mim e daqueles meus amigos fodidos? A gente teve uma hora que parecia que ia dar certo. Ia dar, ia dar. sabe quando vai dar? Pra vocês, nem isso. A gente teve a ilusão, mas vocês chegaram depois que mataram a ilusão da gente.<br /> Tava tudo morto quando você nasceu, boy, e eu já era puta velha. Então eu tenho pena. Acho que sou melhor, sei porque peguei a coisa viva. Tá bom, desculpa, gatinho. Melhor, melhor não. Eu tive mais sorte, foi isso? Eu cheguei antes. E até me pergunto se não é sorte também estar do lado de fora dessa roda besta que roda sem fim, sem mim. No fundo, tenho nojo dela - você?<br /><br />Você não viu nada, você nem viu o amor. Que idade você tem, vinte? Tem cara de doze. Já nasceu de camisinha em punho, morrendo de medo de pegar Aids. Vírus que mata. neguinho, vírus do amor. Deu a bundinha, comeu cuzinho. pronto: paranóia total. Semana seguinte, nasce uma espinha na cara e salve-se quem puder: baixou Emílio Ribas. Caganeira, tosse seca, gânglios generalizados.<br /><br />Ô boy, que grande merda fizeram com a tua cabecinha, hein? Você nem beija na boca sem morrer de cagaço. Transmite pela saliva, você leu em algum lugar. Você nem passa a mão em peito molhado sem ficar de cu na mão. Transmite pelo suor, você leu em algum lugar. Supondo que você lê, claro. Conta pra tia: você lê, meu bem? Nada, você não lê nada. Você vê pela tevê, eu sei. Mas na tevê também dá, o tempo todo: amor mata amor mata amor mata. Pega até de ficar do lado, beber do mesmo copo. Já pensou se eu tivesse? Eu, que já dei pra meia cidade e ainda por cima adoro veado.<br /><br />Eu sou a dama da noite que vai te contaminar com seu perfume venenoso e mortal. Eu sou a flor carnívora e noturna que vai te entontecer e te arrastar para o fundo de seu jardim pestilento. Eu sou a dama maldita que, sem nenhuma piedade, vai te poluir com todos os líquidos, contaminar teu sangue com todos os vírus. Cuidado comigo: eu sou a dama que mata, boy. Já chupou buceta de mulher? Claro que não, eu sei: pode matar. Nem caralho de homem: pode matar. Já sentiu aquele cheiro molhado que as pessoas têm nas virilhas quando tiram a roupa? Está escrito na sua cara, tudo que você não viu nem fez está escrito nessa sua cara que já nasceu de máscara pregada. Você já nasceu proibido de tocar no corpo do outro. Punheta pode, eu sei, mas essa sede de outro corpo é que nos deixa loucos e vai matando a gente aos pouquinhos. Você não conhece esse gosto que é o gosto que faz com que a gente fique fora da roda que roda e roda e que se foda rodando sem parar, porque o rodar dela é o rodar de quem consegue fingir que não viu o que viu. O boy, esse mundo sujo todo pesando em cima de você, muito mais do que de mim e eu ainda nem comecei a falar na morte...<br /><br />Já viu gente morta, boy? É feio, boy. A morte é muito feia, muito suja, muito triste. Queria eu tanto ser assim delicada e poderosa, para te conceder a vida eterna. Queria ser uma dama nobre e rica para te encerrar na torre do meu castelo e poupar você desse encontro inevitável com a morte. Cara a cara com ela, você já esteve? Eu, sim, tantas vezes. Eu sou curtida, meu bem. A gente lê na sua cara que nunca. Esse furinho de veado no queixo, esse olhinho verde me olhando assim que nem eu fosse a Isabella Rossellini levando porrada e gostando e pedindo eat me eat me, escrota e deslumbrante. Essa tontura que você está sentindo não é porre, não. É vertigem do pecado, meu bem, tontura do veneno. O que que você vai contar amanhã na escola, hein? Sim, porque vocé ainda deve ir à escola, de lancheira e tudo. Já sei: conheci uma mina meio coroa, porra-louca demais. Cretino, cretino, pobre anjo cretino do fim de todas as coisas. Esse caralhinho gostoso aí, escondido no meio das asas, é só isso que você tem por enquanto. Um caralhinho gostoso, sem marca nenhuma. Todo rosadinho. E burro. Porque nem brochar você deve ter brochado ainda. Acorda de pau duro, uma tábua, tem tesão por tudo, até por fechadura. Quantas por dia? Muito bem, parabéns: você tá na idade. Mas anota aí pro teu futuro cair na real: essa sede, ninguém mata. Sexo é na cabeça: você não consegue nunca. Sexo é só na imaginação. Você goza com aquilo que imagina que te dá o gozo, não com uma pessoa real, entendeu? Você goza sempre com o que tá na sua cabeça, não com quem tá na cama. Sexo é mentira, sexo é loucura, sexo é sozinho, boy.<br /><br />Eu, cansei. Já não estou mais na idade. Quantos? Ah, você não vai acreditar, esquece. O que importa é que você entra por um ouvido meu e sai pelo outro, sabia? Você não fica. você não marca. Eu sei que fico em você, eu sei que marco você. Marco fundo. Eu sei que, daqui a um tempo, quando você estiver rodando na roda, vai lembrar que, uma noite. sentou ao lado de uma mina louca que te disse coisas, que te falou no sexo, na solidão, na morte. Feia, tão feia a morte, boy. A pessoa fica meio verde, sabe? Da cor quase assim desse molho de espinafre frio. Mais clarinho um pouco, mas isso nem é o pior. Tem uma coisa que já não está mais ali, isso é o mais triste. Você olha, olha e olha e o corpo fica assim que nem uma cadeira.<br /><br />Uma mesa, um cinzeiro, um prato vazio. Uma coisa sem nada dentro. Que nem casca de amendoim jogada na areia, é assim que a gente fica quando morre, viu, boy? E você, já descobriu que um dia também vai morrer?<br /><br />Dou, claro. Ficou nervosinho, quer cigarro? Mas nem fumar você fuma, o quê? Compreendo, compreendo sim, eu compreendo sempre, sou uma mulher muito compreensiva. Sou tão maravilhosamente compreensiva e tudo que, se levar você pra minha cama agora e amanhã de manhã você tiver me roubado toda a grana, não pense que vou achar você um filho da puta. Não é o máximo da compreensão? Eu vou achar que você tá na sua, um garotinho roubando uma mulher meio pirada, meio coroa, que mexeu com sua cabecinha de anjo cretino desse nojento fim de todas as coisas. Tá tudo bem, é assim que as coisas são: ca-pi-ta-lis-tas, em letras góticas de neon. Mulher pirada e meio coroa que nem eu tem mais é que ser roubada por um garotinho ïmbecil e tesudinho como você. Só pra deixar de ser burra caindo outra vez nessa armadilha de sexo.<br /><br />Fissura, estou ficando tonta. Essa roda girando girando sem parar. Olha bem: quem roda nela? As mocinhas que querem casar, os mocinhos a fim de grana pra comprar um carro, os executivozinhos a fim de poder e dólares, os casais de saco cheio um do outro, mas segurando umas. Estar fora da roda é não segurar nenhuma, não querer nada. Feito eu: não seguro picas, não quero ninguém. Nem você. Quero não, boy. Se eu quiser, posso ter. Afinal, trata-se apenas de um cheque a menos no talão, mais barato que um par de sapatos. Mas eu quero mais é aquilo que não posso comprar. Nem é você que eu espero, já te falei. Aquele um vai entrar um dia talvez por essa mesma porta, sem avisar. Diferente dessa gente toda vestida de preto, com cabelo arrepiadinho. Se quiser eu piro, e imagino ele de capa de gabardine, chapéu molhado, barba de dois dias, cigarro no canto da boca, bem noir. Mas isso é filme, ele não. Ele é de um jeito que ainda não sei, porque nem vi. Vai olhar direto para mim. Ele vai sentar na minha mesa, me olhar no olho, pegar na minha mão, encostar seu joelho quente na minha coxa fria e dizer: vem comigo. É por ele que eu venho aqui, boy, quase toda noite. Não por você, por outros como você. Pra ele, me guardo. Ria de mim, mas estou aqui parada, bêbada, pateta e ridícula, só porque no meio desse lixo todo procuro o verdadeiro amor. Cuidado, comigo: um dia encontro.<br /><br />Só por ele, por esse que ainda não veio, te deixo essa grana agora, precisa troco não, pego a minha bolsa e dou a fora já. Está quase amanhecendo, boy. As damas da noite recolhem seu perfume com a luz do dia. Na sombra, sozinhas. envenenam a si próprias com loucas fantasias. Divida essa sua juventude estúpida com a gatinha ali do lado, meu bem. Eu vou embora sozinha. Eu tenho um sonho, eu tenho um destino, e se bater o carro e arrebentar a cara toda saindo daqui. continua tudo certo. Fora da roda, montada na minha loucura. Parada pateta ridícula porra-louca solitária venenosa. Pós-tudo, sabe como? Darkérrima, modernésima, puro simulacro.<br /><br />Dá minha jaqueta, boy, que faz um puta frio lá fora e quando chega essa hora da noite eu me desencanto. Viro outra vez aquilo que sou todo dia, fechada sozinha perdida no meu quarto, longe da roda e de tudo: uma criança assustada".<br /><br />Caio Fernando AbreuIgor Lacerdahttp://www.blogger.com/profile/04276328191551996693noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5570709906566169612.post-16690636560782282522011-07-14T09:44:00.000-07:002011-07-14T09:46:21.728-07:00Why don't you remember?Às vezes me lembro de tudo, e sinto falta, confesso. Nos amamos demais, talvez, esse tenha sido nosso problema. Lembro quando todos os carinhos guardados, transbordaram, encheram a minha cama e foram dados a outro. Às vezes me lembro das ligações no meio da madrugada, ligações bêbadas, que me faziam perder o sono completamente. Juras bêbadas de amor, talvez, esse também tenha sido nosso problema. Mensagens de boa noite. Mensagens de bom dia, bonjour ou good morning. Tantas línguas dizem apenas uma coisa. Lembro das brigas, teimosas brigas, com “Eu te amo!”no final. Eu esquecia de tudo, sorria silenciosamente e dizia : Também te amo! <br />Lembro do segundo encontro : adiado. Você dizia que eu era lindo. Eu sorria e dizia : Não sou nada. Você, como sempre, perdia a paciência e dizia :“Já disse que é, então é.”. Nossas fotos, sempre tiradas e apagadas. Nosso último dia, de carnaval. Nós nos escondemos da chuva embaixo do seu casaco. Lembro dos nossos beijos em área de risco, não ligavamos, afinal tinhamos um ao outro. Eu, sempre muito medroso, dizia: Querido, nós vamos acabar apanhando. Você, sorria e dizia: “Pelo menos estamos juntos, e se acontecer alguma coisa continuaremos juntos.” Lembro de não ter ouvido o telefone tocar, mas acabamos nos encontrando, mesmo sem querer. Nosso abraço, nossa saudade. Seu cheiro... <br />Lembro da nossa música favorita: “Basically, I wish that you loved me...” Lembro de não me permitir lembrar de mais nada. Lembro da nossa ultima ligação. Lembro de ter te desejado, demasiadamente, em uma tarde preguiçosa e tristonha. Quero lembrar da vontade que eu tive de largar tudo, sair e te encontrar em qualquer lugar. Mas lembro também de não me permitir fazer uma ligação. Quero lembrar de te desejar as vezes, não sempre, mas as vezes, porque me faz bem. Lembrar de você me faz bem... “Fica bem, meu bem!”Igor Lacerdahttp://www.blogger.com/profile/04276328191551996693noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5570709906566169612.post-89734113945770784782011-07-10T14:10:00.001-07:002011-07-11T05:08:34.948-07:00Petit,Pelo visto aconteceu novamente. Mas não se preocupe, estou bem. Achei que dessa vez daria certo, juro que achei, mas me enganei como de praxe. Sou assim e ninguém tem culpa. Faço planos, sonho e me apaixono facilmente pelo nada. Faz frio, como sempre. Sinto fome, como sempre. Farei planos, como sempre. Nada mudou. Romantismo demasiado e guardado é a minha cara, mas dessa vez saio tranquilo. Sem mágoas. E com uma bagagem repleta de sonhos. Obrigado!Igor Lacerdahttp://www.blogger.com/profile/04276328191551996693noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5570709906566169612.post-67990354338433559402011-06-20T02:18:00.000-07:002011-06-23T00:21:29.667-07:00sem mais.Caminho em uma noite de inverno. Não há ninguém na rua, mas sou capaz de enchê-la com minhas angústias. Faz frio, mas o pior frio é aquele que me humaniza. Não, não quero parecer um babaca, mas também não quero abrir mão das minhas dores. Nessa rua existem vários caminhos, pode parecer confuso, pode parecer que eu não saiba qual seguir, mas eu sei. Parece que o frio aumentou, mas ele não me incomoda tanto. Existe uma música que não sai da minha cabeça, ela toca desafinadamente dentro de mim, mas ela não me causa dor, pelo contrário, me traz uma esperança que nunca tive, me traz a certeza de que a dor é uma escolha e que logo vai passar. A rua está em silêncio, calma e alaranjada como sempre. Meus passos fazem um enorme barulho. Não ouço nada além de passos mudos e o som da minha voz que repete a metade de uma canção com fervor como se fosse uma oração.Igor Lacerdahttp://www.blogger.com/profile/04276328191551996693noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5570709906566169612.post-65914701793395220492011-06-05T19:38:00.000-07:002011-06-05T19:45:24.310-07:00EpifaniasAs mãos eram tão finas. E não eram minhas próprias mãos. O sorriso era lindo. Conseguia ver, mesmo não vendo o resto do rosto. A barba era fina e não me espetava. Os cabelos eram grandes e encaracolados. Não lembro da cor dos olhos, não lembro do tamanho da boca. Lembro da pele clara, da voz rouca e do beijo que não consegui receber por causa da minha distração. O toque era suave e conseguia me arrepiar. Me lembro de estar triste, mas a nova fase do homem desconhecido me trouxe esperanças. O ambiente tinha se transformado com a presença daquela figura misteriosamente risonha, agora tudo era mais vermelho, a luz era muito forte. Eu estava feliz. Depois do beijo não dado. Das minhas juras ditas em silencio. E do meu amor desesperado. O homem começou a sorrir. <br />De repente a cor vermelha foi ficando cinza. A luz forte foi ficando normalmente amarelada. E o homem desconhecido disse: “Preciso ir, mas nós vamos nos encontrar por ai. Fica calmo!”. Tentei agarrar aquele vulto. Ele sumiu e todas as coisas, aos poucos, foram voltando ao normal. A dor, a solidão, o estresse, e a vontade de morrer aos poucos. Mas a esperança não era como antes, e nem poderia ser. Estou mais tranquilo. Continuarei esperando o homem do sonho fugaz, mesmo conscientemente, não sabendo nada sobre ele. Esperarei mesmo sabendo, bem lá no fundo, que esse homem sou eu. Talvez esse homem nem exista... Mas continuarei esperando. Até que ele chegue em um dia comum. Como uma pessoa comum. Me trazendo rosas brancas e dizendo que me ama.Igor Lacerdahttp://www.blogger.com/profile/04276328191551996693noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5570709906566169612.post-60236714765057776692011-05-13T21:56:00.000-07:002011-05-13T21:58:10.198-07:00Romeu - Pitty (Feita pra mim)"esqueci minha boca no teu corpo<br />pensei que isso te faria meu<br />usei de artifícios, gastei meus truques<br />depois, quem escapou fui eu<br /><br />não pense que eu não desejei<br />não diga que eu não quis<br />é só que eu me assustei<br />ao me ver tão feliz<br /><br />colei os meus olhos no teu mundo<br />guardei cada passo teu<br />mas eu, julieta, presa nesse pacto<br />você, o meu romeu<br /><br />entenda esse lado bom<br />nem tudo é aflição<br />ficamos com o sonho<br />ao invés da punição<br /><br />não pense que eu não desejei<br />não diga que eu não quis<br />é só que eu me apavorei<br />ao me ver tão feliz"Igor Lacerdahttp://www.blogger.com/profile/04276328191551996693noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5570709906566169612.post-80092605471784131532011-04-15T20:11:00.000-07:002011-04-15T20:12:42.415-07:00InacabadoEsse mistério em teus olhos<br />Aflitos<br />Esse medo em tuas expressões<br />Desejo reprimido<br />Oprimido<br />Seus trejeitos me encantam <br />Não consigo<br />Parar de reparar<br />Seus olhos expressivos<br />Têm cor de angústia<br />Repulsa esse desejo <br />Oculto <br />E presente<br />Seu medo <br />É inocente<br />É veemente<br />Um pouco diferente...Igor Lacerdahttp://www.blogger.com/profile/04276328191551996693noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5570709906566169612.post-49983494926518180992011-04-10T20:25:00.000-07:002011-04-10T20:32:30.477-07:00AparentementeNão aguento mais essa sensação de vazio. Ser carente afetivo não é fácil, ser bipolar não é fácil. Não sei mais como tentar te dizer o que sinto, minhas tentativas se esgotaram e minhas palavras forçadas já não fazem mais sentido. Parece que estou me habituando a olha suas fotos toda noite, te desejar e imaginar como seria se você estivesse, pudesse ou se permitisse. <br />Às vezes acho que te amo,<br />Ao mesmo tempo em que te odeio.<br />Te amo desde o início, <br />Seu Primeiro olhar, <br />Meu segundo amor<br />Que Marcou, <br />Perdurou. <br /><br />Tentei gritar, mas seus ouvidos estão tampados e eu também já não tenho voz. Grito por ti em meus delírios, em meus momentos. Vou esperar seus devaneios, suas loucuras e amarguras. Estarei aqui mesmo sem querer. Te esperarei mesmo estando cansado, sozinho e com frio. Faz frio aqui fora. Abra suas portas e me convide para entrar, mas se não quiser não tem problema, ficarei aqui fora até que sua casa esteja pronta para me receber. <br />Tire seus entulhos<br />De amores antigos,<br />Suas cartas, <br />Seus artigos<br />E quando <br />Você colocar suas desgraças na rua<br />Não se esqueça de reparar<br />Que faz frio. <br /> <br />Estarei esperando em sua porta, não me importa se você não reparar. Ficarei ali até chegar o carnaval, colocarei minha fantasia e ficarei esperando seu bloco passar. Bloco desesperado. Os vizinhos já notaram e me chamaram para entrar, mas a sua casa combina mais comigo. A casa é o reflexo do dono, já disse isso anteriormente. Sua casa pode ser a pior do bairro, no entanto é nela que quero morar. Nunca entrei, mas sei que o interior é lindo, pois eu consigo enxergar. <br />Suas janelas <br />Me mostram seu coração<br />Grande <br />Vazio <br />E sem habitação<br />Talvez haja marcas<br />De amores antigos<br />Ou não correspondidos<br />Estou tentando <br />Entrar <br /><br />Mas parece que você colocou mesas e cadeiras nas portas, colocou cortinas e isopor nas paredes. Não tenha medo, pois meu coração frágil e fadigado só quer te ajudar e ser ajudado. <br />Te desejo desde sempre<br />Te reparo de repente<br />Penso em ti a todo instante <br />E me coloco em uma estante<br />Ficarei por aqui<br />Esperando até não sei quando<br />Esperando não sei quem<br />Esperando não sei como.<br />Ficarei te esperando...Igor Lacerdahttp://www.blogger.com/profile/04276328191551996693noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5570709906566169612.post-16845000336946831122011-04-09T08:37:00.000-07:002011-04-09T08:40:09.010-07:00Les Chansons d'amour"O mistério dos seus olhos cansados, <br />esse mistério que você não sabe.<br />O segredo do seu estado... <br />Segredos me deixam louco!<br />Essa barreira entre nós... <br />Está barreira... <br />O que fazer? <br />Quem guarda as chaves?<br />Passar a fronteira do seu estado, <br />Os pés sobre as suas terras, olha pra mim!<br />É preciso que avance <br />Se quisermos preencher a distância entre nós. <br />É preciso se agarrar com mais força <br />Se quiser continuar agarrado ao meu pescoço. <br />Sobre tuas terras faz tanto frio e você não vê. <br />Esse inverno que é inferno, <br />Você não vê o sol no seu estado <br />E você congela. <br />Se aqueça!"Igor Lacerdahttp://www.blogger.com/profile/04276328191551996693noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5570709906566169612.post-34339628040640460202011-04-08T21:25:00.000-07:002011-04-08T21:32:07.429-07:00Que vontade de amar!<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/-ljyskHNk_94/TZ_g6Vb10WI/AAAAAAAAAGY/-vOKZtzfvfw/s1600/tumblr_lf4q4q4D8L1qfuer5o1_500.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 325px; height: 400px;" src="http://4.bp.blogspot.com/-ljyskHNk_94/TZ_g6Vb10WI/AAAAAAAAAGY/-vOKZtzfvfw/s400/tumblr_lf4q4q4D8L1qfuer5o1_500.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5593436555008397666" /></a>Igor Lacerdahttp://www.blogger.com/profile/04276328191551996693noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5570709906566169612.post-86064565372706546312011-04-07T11:59:00.001-07:002011-04-08T21:29:13.013-07:00Octaedro de oito faces<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/-UodNVfBJcyI/TZ4Ko5FpIUI/AAAAAAAAAGI/6ayGJhDuIlY/s1600/Can%25C3%25A7%25C3%25B5es%2Bde%2Bamor.png"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 168px;" src="http://1.bp.blogspot.com/-UodNVfBJcyI/TZ4Ko5FpIUI/AAAAAAAAAGI/6ayGJhDuIlY/s320/Can%25C3%25A7%25C3%25B5es%2Bde%2Bamor.png" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5592919484876267842" /></a><br />Me entrego por completo<br />É só dizer que sim<br />Me recuso, recluso, <br />E me entrego<br />Diz que sim, <br />Não faz assim<br />Quero você perto de mim<br />Quero tua doçura, <br />Teu amor <br />Quero teu ódio, <br />Teu rancor<br />Seu octaedro<br />De oito faces me assusta<br />A gente se amarra,<br />Se enrosca,<br />E se prende ainda mais<br />“Me ama menos,<br />Mas me ama muito tempo...” <br />Só não quero <br />Que você se perca<br />Nesse seu jogo desregrado<br />Me sinto preso <br />Na vontade de viver,<br />Me sinto livre<br /> Na vontade de te ter<br />Minha alma clama, <br />Minha pele berra<br />Berra minha dor,<br />Meu libido <br />E minha loucura<br />Sinto muito se meus sentidos equivocados<br />Já não fazem mais sentido... <br />“Me ama menos,<br />Mas me ama muito tempo.”Igor Lacerdahttp://www.blogger.com/profile/04276328191551996693noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5570709906566169612.post-65219668458957404272011-04-06T09:58:00.000-07:002011-04-07T12:12:47.090-07:00Metade"Que a força do medo que tenho<br />Não me impeça de ver o que anseio<br />Que a morte de tudo em que acredito<br />Não me tape os ouvidos e a boca<br />Porque metade de mim é o que eu grito<br />Mas a outra metade é silêncio.<br />Que a música que ouço ao longe<br />Seja linda ainda que tristeza<br />Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada<br />Mesmo que distante<br />Porque metade de mim é partida<br />Mas a outra metade é saudade.<br />Que as palavras que eu falo<br />Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor<br />Apenas respeitadas<br />Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos<br />Porque metade de mim é o que ouço<br />Mas a outra metade é o que calo.<br />Que essa minha vontade de ir embora<br />Se transforme na calma e na paz que eu mereço<br />Que essa tensão que me corrói por dentro<br />Seja um dia recompensada<br />Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.<br />Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.<br />Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso<br />Que eu me lembro ter dado na infância<br />Porque metade de mim é a lembrança do que fui<br />A outra metade eu não sei.<br />Que não seja preciso mais do que uma simples alegria<br />Pra me fazer aquietar o espírito<br />E que o teu silêncio me fale cada vez mais<br />Porque metade de mim é abrigo<br />Mas a outra metade é cansaço.<br />Que a arte nos aponte uma resposta<br />Mesmo que ela não saiba<br />E que ninguém a tente complicar<br />Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer<br />Porque metade de mim é platéia<br />E a outra metade é canção.<br />E que a minha loucura seja perdoada<br />Porque metade de mim é amor<br />E a outra metade também."<br /><br />(Oswaldo Montenegro)Igor Lacerdahttp://www.blogger.com/profile/04276328191551996693noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5570709906566169612.post-23388973929293307072011-04-03T19:37:00.000-07:002011-04-03T19:38:53.708-07:00Nada mais vai me ferir<br />É que eu já me acostumei<br />Com a estrada errada<br />Que eu segui<br />E com a minha própria lei...<br /><br />(Legião Urbana, Andrea Doria)Igor Lacerdahttp://www.blogger.com/profile/04276328191551996693noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5570709906566169612.post-71611206345005993212011-04-02T22:35:00.000-07:002011-04-02T22:51:46.762-07:00Misantropia.talvez eu deveria ser menos eu<br />talvez eu deveria ser infeliz<br />talvez eu deveria rir menos<br />falar mais baixo<br />e me adaptar aos padrões<br />talvez eu deveria me compactar<br />ao seu jeito medíocre<br />ao seu jeito funesto<br />talvez eu deveria ter menos amigos<br />ou talvez eu deveria viver seu personagem<br />para ser aceito em partes<br />para ser sozinho<br />para ser vazio.Igor Lacerdahttp://www.blogger.com/profile/04276328191551996693noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5570709906566169612.post-32179136152796418052011-03-31T22:13:00.000-07:002011-04-01T08:12:59.128-07:00Antropofagia do Eu.essa é a revolução do ser,<br />revolução que roubou minhas dores,<br />revolução que traiu meus amores,<br />revolução que não permite sentimentalismos.<br />já me acostumei a viver <br />uma revolução dentro da outra<br />isso é andar da corda bamba, companheiro. <br />sou o guerrilheiro clandestino <br />no meio da minha própria ditadura.<br />esta é a guerra civil<br />entre o meu desejo de ter e a razão de ser.<br />Nijinski, não se preocupa,<br />eu te faço companhia.<br />Socorro!<br />estou em um hospício <br />e não me deixam dançar... <br />você foi embora sem avisar,<br />mas ficarei bem<br />não se preocupe.<br />estou lutando por uma causa<br />e não deixarei esse sentimento pequeno <br />tomar conta da minha cabeça.<br />eu te trouxe comigo <br />porque eu te amava...<br />estou vivendo em um revolução<br />que não permite sentimentalismos.Igor Lacerdahttp://www.blogger.com/profile/04276328191551996693noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5570709906566169612.post-23229042522947974012011-03-27T07:29:00.000-07:002011-03-27T20:16:26.351-07:00fica bem... fica bem...16, 17, 18... <br />sempre procurei um amor que nunca existiu, e que talvez nunca existirá. <br />sempre desejei o amor que estou disposto a dar, sem cobrar, sem forçar.<br />sempre desejei um amor igual ao que mora em mim, mas nunca encontrei nada igual.Igor Lacerdahttp://www.blogger.com/profile/04276328191551996693noreply@blogger.com0