segunda-feira, 20 de junho de 2011

sem mais.

Caminho em uma noite de inverno. Não há ninguém na rua, mas sou capaz de enchê-la com minhas angústias. Faz frio, mas o pior frio é aquele que me humaniza. Não, não quero parecer um babaca, mas também não quero abrir mão das minhas dores. Nessa rua existem vários caminhos, pode parecer confuso, pode parecer que eu não saiba qual seguir, mas eu sei. Parece que o frio aumentou, mas ele não me incomoda tanto. Existe uma música que não sai da minha cabeça, ela toca desafinadamente dentro de mim, mas ela não me causa dor, pelo contrário, me traz uma esperança que nunca tive, me traz a certeza de que a dor é uma escolha e que logo vai passar. A rua está em silêncio, calma e alaranjada como sempre. Meus passos fazem um enorme barulho. Não ouço nada além de passos mudos e o som da minha voz que repete a metade de uma canção com fervor como se fosse uma oração.

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