quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Lembranças, apenas, lembranças.

Lembro-me do seu olhar carente
Que sorria ao me ver,
Da sua idosa distração
Com as pessoas e o nada,
Dos seus créditos,
Descréditos, ao som do jogo do Vasco.
O cheiro da loção de barbear ainda está aqui,
E estará aqui até nos encontrarmos novamente.
Não consigo esquecer
Seu amor não demonstrado,
Seu orgulho escondido e imaculado,
Das nossas distrações de sexta à noite,
E dos encontros e desencontros
A beira do meu caminho.
Sua barba me arranhava
E quando eu reclamava você apenas sorria,
Quando eu debochava da sua pele enrugada,
Você dizia que um dia eu ficaria assim...
Maldito câncer, com depressão e falta de amor!
Agora,
Sentirei saudades do que nunca foi meu,
Irei te procurar inutilmente no banco da idade,
Porque você não estará mais lá.
As empadas congeladas
Nunca mais terão o mesmo sabor...
Boa noite, e durma com os anjos!

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